quarta-feira, 30 de novembro de 2011



CHARLES G. FINNEY (1792-1875)

Um ensino proferido por Finney, o qual foi sua base de vida:

“Passe muito tempo, diariamente pela manhã e à noite, em oração e comunhão direta com Deus. Não há conhecimento que compense a perda dessa comunhão. Se falhares nisto te enfraquecerás e serás como qualquer outro homem.”

Finney nasceu de uma família não cristã e se criou num lugar onde os membros da igreja conheciam apenas a formalidade fria dos cultos. Tornou-se um advogado que, ao encontrar nos seus livros de jurisprudência muitas citações da Bíblia, comprou ume exemplar com a intenção de conhecer as Escrituras.

Ele descreve:

“Ao ler a Bíblia, ao assistir às reuniões de oração, e ouvir os sermões do senhor Galé, percebi que não me achava pronto a entrar nos céus... Fiquei impressionado especialmente com o fato de as orações dos crentes, semana após semana, não serem respondidas. Li na Bíblia “pedi e dar-se-vos-á”. Li, também, que Deus é mais pronto a dar o Espírito Santo aos que lho pedirem, do que os pais terrestres a darem boas coisas aos filhos. Ouvia os crentes pedirem um derramamento do Espírito Santo e confessarem, depois, que não o receberam. Exortavam uns aos outros a se despertarem para pedir, em oração, um derramamento do Espírito de Deus e afirmavam que assim haveria um avivamento com a conversão de pecadores... Foi num domingo de 1821 que assentei no coração resolver o problema sobre a salvação da minha alma e ter paz com Deus. (...) Fui vencido pela convicção do grande pecado de eu envergonhar-me se alguém me encontrasse de joelhos perante Deus, e bradei em alta voz que não abandonaria o lugar, nem que todos os homens da terra e todos os demônios do inferno me cercassem. O pecado parecia-me horrendo, infinito. Fiquei quebrantado até o pó perante o Senhor. Nessa altura, a seguinte passagem me iluminou: 'Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei'. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração”.

As lutas íntimas e o chamado para o ministério:

'Lendo a Bíblia vi como Cristo se pronunciava sobre a oração e muito especialmente sobre respostas certas às mesmas'. Ele dizia: "pedi e dar-se-vos-á e aquele que busca, acha aquele que bate abrir-se-lhe-á". Li também sobre como Deus estaria numa grande pré-disposição de os atender e de dar o Seu Espírito Santo a quem O pedisse, mais do que os pais daqui do mundo estariam na disposição de dar algo a seus próprios filhos. Ouvia-os orar continuamente para que fosse derramado o Espírito Santo e variadíssimas vezes a confessarem abertamente que nada demais se passaria, pois não recebiam tudo aquilo que pediam. Exortavam-se uns aos outros para se manterem despertos e na expectativa da Sua vinda, orando sempre para que houvesse um avivamento religioso, assegurando mutuamente que, se cada um cumprisse a sua parte, orando pelo Espírito e fossem sérios e sinceros no pedido, estariam na eminência de obterem o tal avivamento que iria converter muitos impenitentes e pecadores. Mas nas suas muitas orações e reuniões, alegavam continuamente que nenhum progresso alcançavam através daquelas orações, a favor de assegurarem o próprio progresso da religião.
Aquela inconsistência absurda de nunca receberem aquilo que tanto pediam, era um sério tropeço para mim. Não sabia o que entender daquilo. A questão que se punham na minha mente seria se aquelas muitas pessoas seriam de fato crentes e que se não sendo não tinham como prevalecer diante Deus, ou se eu estaria a entender muito mal as promessas que vinham na Bíblia vezes sem conta. Estaria a Bíblia a falar a verdade? Era algo inexplicável para mim. Por pouco tal ocorrência não me levou ao cepticismo.
Numa ocasião, quando freqüentava a dita reunião de oração, Perguntaram-me se desejaria que orassem por mim. Respondi-lhes de imediato que não, porque, disse-lhes, não via Deus a responder qualquer das suas orações. Disse: "Por acaso sou uma pessoa necessitada de oração, porque tenho consciência em mim que sou um pecador; mas não vejo que as vossas orações possam resolver o meu problema, pois vocês não estão a ser ouvidos; se o caso se desse das vossas orações serem ouvidas, não me importaria nada que orassem por mim. É que estão há tanto tempo a orar para que desça o Espírito Santo e nada recebem! Desde que cheguei a Adams que pedem isso e não há maneira de ver qualquer resposta concreta; apenas vos vejo a lamentarem-se que não recebem". Recordo-me de haver usado uma forma de expressão na altura mais ou menos assim: "Já oraram tanto desde que freqüento as vossas reuniões que já bastaria para expulsar o diabo por inteiro daqui de Adams, se houvesse qualquer essência de virtude em qualquer das vossas orações! Mas mesmo assim, vocês continuam a orar sobre a mesmíssima coisa e só vos ouço lamentarem-se sempre por nunca receberem" Eu falava com muita seriedade de expressão sem qualquer fragrância de irritabilidade, devendo-se provavelmente ao fato de me haver confrontado continuamente com aquela questão da religião. Este era um estado de coisas deveras novo para a minha experiência. Mas lendo a Bíblia com mais diligencia, pude verificar que as suas orações nunca seriam ouvidas porque eles nunca se haviam comprometido com as condições sob as quais Deus se comprometera a responder às orações deles. Foi como que uma revelação para mim, pois via-se claramente que não esperavam que Deus respondesse, que lhes desse aquilo por que pediam.
Da primeira vez que recebi a convicção que era essa a vontade de Deus, aquele pensamento que se alguma vez houvesse como me converter eu iria pregar o evangelho, percebi que teria de abandonar a minha profissão que muito amara até ali. No princípio fez-me hesitar, servindo-me mesmo como tropeço. Pensei que havia despendido tanto esforço naquela profissão, nos estudos, tanto tempo que, tornar-me crente, obrigar-me-ia a abandonar tudo para ir pregar o evangelho. Mas assim que coloquei a questão a Deus em pessoa, aquele pensamento que se alguma vez me chegasse a converter me entregaria à pregação do evangelho, pensei e vi que quando decidi ir estudar direito nunca havia sido uma resolução a qual houvesse levado em consideração a opinião de Deus, daí que não me sentisse no direito de impor condições de qualquer gênero ao meu Criador. Não mais havia dado atenção àquela questão de me tornar num ministro da Palavra até me haver ocorrido o que aqui descrevi antes, a caminho do bosque.
Mas, depois de haver sido coroado com aqueles poderosos batismos do Espírito, toda a minha vontade se tornou cativa daquele desejo de ir pregar aos outros. Logo descobri que nada mais no mundo era meu desejo. Não tinha mais nenhuma réstia de vontade em persistir na advocacia e partir daquele momento nunca mais me recordo de sentir qualquer vontade de voltar ao meu anterior ofício. Não tinha qualquer ambição de obter riqueza, não tinha qualquer fome de qualquer prazer deste mundo, tudo se resumia àquela vontade de Deus dentro de mim. Nenhuma inclinação havia em sentido contrário. Toda a minha mente ficou absorvida pela grande questão de Jesus e a Sua grande salvação. O mundo me parecia algo prestes a morrer, sem conseqüência sobre a minha vontade sequer. Nada, parecia-me, podia rivalizar com a salvação de almas; nenhum labor poderia ser tão doce de pensamento, nenhum ofício mais exaltado haveria, do que aquele que se pôs diante de mim de elevar Cristo bem alto diante dum mundo em vias de se extinguir para sempre.
Sob total influencia desta impressão profunda causada em mim, saí de vez do escritório com a clara intenção de pregar a quem quer que achasse. Falei com uma imensidão de gente só naquele dia e acho mesmo que o Espírito de Deus conseguiu impressionar e marcar seus espíritos para sempre. Não consigo recordar de alguém com quem falei naquele dia, que não se haja convertido em breve trecho”.
A conversão de Finney e o seu revestimento do poder do Espírito Santo, contados em sua biografia, são impressionantes. O amor a Deus, a fome de sua Palavra, a unção para testemunhar e anunciar do Evangelho vieram sobre ele no dia de sua entrega a Jesus. Imediatamente, o advogado perdeu todo o gosto pela sua profissão e tornou-se um dos mais famosos pregadores do Evangelho. Eis o segredo dos grandes pregadores, nas palavras do próprio Finney: Os meios empregados eram simplesmente pregação, cultos de oração, muita oração em secreto, intensivo evangelismo pessoal e cultos para a instrução dos interessados. Eu tinha o costume de passar muito tempo orando; acho que, às vezes, orava realmente sem cessar. Achei, também, grande proveito em observar freqüentemente dias inteiros de jejum em secreto. Em tais dias, para ficar inteiramente sozinho com Deus, eu entrava na mata, ou me fechava dentro de algum lugar.
Conta-se acerca deste pregador que depois de ele pregar em Governeur, no Estado de New York, não houve baile nem representação de teatro na cidade durante seis anos. Calcula-se que somente durante os anos de 1857 e 1858, mais de 100 mil pessoas foram ganhas para Cristo pelo ministério de Finney. Na Inglaterra, durante nove meses de evangelização, multidões também se prostraram diante do Senhor enquanto Finney pregava.
Descobriu-se que mais de 85 pessoas de cada 100 que se convertiam sob a pregação de Finney permaneciam fiéis a Deus; Parece que Finney tinha o poder de impressionar a consciência dos homens sobre a necessidade de um viver santo, de tal maneira que produzia fruto mais permanente.

Veja alguns conselhos que Finney deu para quem prega o evangelho:

 Pregue a Palavra constrangido pelo amor.
 Seja revestido do poder do Espírito Santo.
 Mantenha uma comunhão íntima com Deus.
 Tenha uma profunda vida de meditação na Palavra de Deus.
 Não dependa dos comentários, ouça-os, porém busque o veredicto de Deus.
 Guarda-te puro em atos e atitudes.
 Recusa-te a diminuir a intensidade desta obra. Seja constante e diligente.
 Creia na promessa de Jesus: “Estarei convosco todos os dias”.
 Livra-te de hábitos que possam produzir tropeço aos homens.
 Não sejas leviano. Põe o Senhor a frente de ti em todos os momentos.
 Fuja de conversas frívolas e sem proveito. Controla tua língua.
 Resolva a “nada saber” entre teu povo “senão a Jesus e este crucificado”.
 Ensine por preceito e por exemplo.
 Vigie em teus pontos fracos.
 Seja simples, sério e de correto procedimento cristão.
 Gaste muitas horas diárias na oração e na Palavra. Se falhares nisto serás um homem como outro qualquer.
 Fuja de ensinar por sabedoria humana. Busque a orientação direta do Espírito Santo.
 Pregue com base em sua própria experiência e não por ter ouvido falar.
 Deixe o povo compreender que temes muito a Deus para temê-los.
 Não seja refém da popularidade e do salário. Declare todo o conselho de Deus, quer ouçam, quer deixem de ouvir.
 Não bajule os ricos.
 Fuja das vaidades.
 Não fique calado ao ver o pecado no meio do teu povo.
 Por mais que sejam voluntários, não aceite sustento da obra por homens não comprometidos com Deus.

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