terça-feira, 30 de agosto de 2011

CIRCUNCISÃO (3° parte)



Há dois outros elementos importantes que contribuíram para a aceitação islâmica da circuncisão. Por um lado, o profeta Maomé (570-632) - nascido circuncidado segundo a lenda - nunca a proibira, e, por outro, a circuncisão tornara-se um privilégio matrimonial. Até o início do século XX, os jovens iemenitas de 16 anos deviam ser circuncidados perante suas prometidas, testemunhas da coragem e do estoicismo de seus futuros esposos.

No entanto, cabe enfatizar o propósito, talvez apócrifo, atribuído ao califa Umar (581-644), que dizia: "Maomé foi enviado ao mundo para islamizá-lo e não para circuncidá-lo". Seja como for, desde a chegada do islamismo e da sua extraordinária propagação, ela atingiu todos os países seguidores do culto de Alá.

Finalmente, servindo de base a todas as razões mencionadas e parecendo legitimá-las, a questão da higiene é recorrente no campo da peritomia. A própria circuncisão muçulmana a encerra em seu nome: tahara (purificação) no Magreb; sounna (tradição) no Sudão e no Egito, khotên na Turquia e na Pérsia e enfim taziinet (embelezamento) na Mauritânia.

Mas se a circuncisão é uma prática "fortemente recomendada", não é uma condição religiosa stricto sensu do islamismo nem uma prescrição da doxa. Ela é adotada em terra islâmica, inclusive pelos novos convertidos, mas não faz parte das cinco condições exigidas para ser um bom muçulmano: profissão de fé, prece, doação, jejum e peregrinação à Meca.

Já o continente africano contempla dois tipos de circuncisão: a animista - a mais antiga - e a monoteísta, praticada nas regiões islâmicas. Em vários países africanos, a circuncisão - como o uso da barba e, no caso das mulheres, do véu islâmico - é considerada como um elemento de adesão ao culto maometano. Em outros países, como a Etiópia ou o Egito, os coptas - descendentes do povo do Antigo Egito - a praticam por mimetismo social, em vista de sua integração na comunidade circuncidada do entorno. Vários grupos étnicos importantes seguem essa prática: os dogons, os malinkés, os soninkés, os bambaras, os kabiyés do norte do Togo, os iorubás, os bozos, os pigmeus da África equatorial e os mossis. Os etnólogos que abordaram essa questão, com base nos mitos autóctones, apresentam duas explicações quanto à origem da circuncisão africana.

A primeira, de ordem cosmogônica, afirma que a origem da circuncisão encontra-se na criação do mundo como sinal de separação inicial dos indivíduos (supressão da androgenia) e de fixação no sexo ao qual eles pertencem. A segunda, de ordem sociopolítica, está vinculada à transmissão do poder no seio de uma comunidade africana sob domínio de um chefe tradicional. Essas duas grandes razões estão intrinsecamente ligadas à preocupação constante da fecundidade.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

CIRCUNCISÃO (2° parte)


Desde então, a ciência histórica não forneceu muitos dados sobre a prática da circuncisão. Afora o relato da Bíblia citado no início, não dispomos de documentos confiáveis que precisem o local de seu nascimento. "A circuncisão vem dos egípcios, dos árabes ou dos etíopes?", pergunta-se Voltaire, no século XVIII. E afirma: "Sei apenas que os padres da Antiguidade imprimiam em seus corpos marcas de sua consagração, assim como se marcava com um ferro ardente a mão dos soldados romanos" (Obras completas, tomo VII). Para responder parcialmente ao filósofo, sugerimos algumas pistas. Segundo pesquisas, a circuncisão teria nascido em solo africano e dataria de cinco a sete mil anos. Após sua implantação definitiva no leste do continente africano, ela teria migrado para o norte pelo rio Nilo, graças à dispersão de tribos estabelecidas na região.

Há centenas de anos, a circuncisão teria evoluído no Egito faraônico de forma considerável a ponto de ser "codificada". Prova disso é a descoberta por arqueólogos de representações de falos circuncidados em uma necrópole de Tebas datando do Novo Império (1500 a.C.). Embora o clero egípcio não seguisse as religiões monoteístas que iriam popularizar a circuncisão, em particular o judaísmo, ele era circuncidado e exigia que os novos adeptos o fossem igualmente. Essa codificação era obra de padres e médicos que seguiam o exemplo dos faraós, os quais conferiam à circuncisão uma indiscutível função iniciática e sacerdotal. Não deveria Pitágoras ser circuncidado antes de ingressar na grande biblioteca de Alexandria para se iniciar nos mistérios órficos? Graças a Titus Flavius Clemens ou Clemente de Alexandria (150-215), sabemos que esses "mistérios" constituíam a base dos ensinamentos de Orfeu, personagem mítico da Trácia antiga, que, além de seu conhecimento científico e mágico, inventou a cítara. Sobre essas diferentes iniciações, Jâmblico (240-325), filósofo neoplatônico, forneceu uma brilhante interpretação em sua obra Os mistérios do Egito. E o historiador fenício Sanconiaton relata, em sua Teogonia fenícia, que Cronos, o primeiro rei desse povo, praticara a circuncisão em seus companheiros e em si mesmo.

Desde então, a circuncisão vem adquirindo importância crucial para aqueles que a praticam. É um ritual que soube agregar em torno de si uma quantidade de significados de alcance universal: religiosos, iniciáticos, profiláticos, estéticos e medicinais.

Entre os hebreus, o mohel ou moël é o responsável pela circuncisão, chamada hatâna. O rabino inicia o ritual com uma bênção para legitimar a exérese do prepúcio, possibilitando a denominação da criança. A circuncisão judaica, além de permitir o acesso à lei divina, representa o sinal da aliança com o povo eleito: "Minha aliança estará marcada na carne de vocês como aliança eterna" (Gênesis, XVII, 10-13).

Durante os dois primeiros séculos da era cristã, uma controvérsia acirrada atravessou a nobreza da Roma antiga. Seria ou não necessário circuncidar os novos cristãos para que fossem totalmente integrados à comunidade cristã? O debate atingia grandes proporções, à medida que os judeus e uma parte dos primeiros cristãos eram habitualmente circuncidados. A questão era ao mesmo tempo dogmática e doutrinal: se a circuncisão fazia parte da identidade coletiva judaica e de sua aliança com Deus, o cristão deveria aceitá-la como símbolo comum, sem perder sua identidade? E também sua alma.

Os apóstolos Pedro e Paulo levantaram a questão da contradição, mas finalmente a concepção paulina triunfou, levando a uma nova orientação do culto. Não era suficiente estar circuncidado na carne, se a alma permanecesse pecadora. Era necessário que o espírito também o estivesse, de modo que observasse escrupulosamente as leis divinas. E o apóstolo acrescenta: "Os verdadeiros circuncidados somos nós que prestamos culto movidos pelo espírito de Deus. Nós colocamos nossa glória em Jesus Cristo e não confiamos na carne" (Carta aos Filipenses, III, 3). Surge assim o batismo, originário do grego baptisma, "conversão do coração". Desde então, o significado religioso da circuncisão não mudou, apesar da proliferação da circuncisão laica e da perseguição aos judeus durante o nazismo, quando se verificava se os homens eram ou não circuncidados.

No que se refere à circuncisão entre os árabes, desde tempos imemoriais os habitantes da península Arábica, formada por Iêmen, Omã, Iraque e Palestina, praticam a circuncisão em meninos de 13 anos. Sabemos que esse costume originou-se com a circuncisão de Ismael, o antepassado dos árabes, filho do patriarca Abraão, que foi circuncidado aos 13 anos. A Bíblia, contrariamente ao Alcorão, relata esse episódio.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

CIRCUNCISÃO (1° parte)



Quando nos referimos aos rituais humanos, não é possível precisar ao certo a data e o local de sua origem. Esse é o caso da circuncisão, intervenção cirúrgica que consiste na remoção do prepúcio, prega cutânea que recobre a glande do pênis. Essa remoção, chamada também exérese do prepúcio ou peritomia (do grego peri, "em torno", e tomia, "corte"), é realizada atualmente em clínicas com condições de higiene e assepsia.

A circuncisão existe há mais de 5 mil anos. Ela é praticada numa vasta zona que vai da África subsaariana até o Oriente Próximo, incluindo a Pérsia, passando pelo Magreb, a Líbia e o Egito, a Palestina, a Síria, a Arábia e o Iêmen. Os turcos são circuncidados, assim como os muçulmanos da Ásia Menor. Judeus e muçulmanos do mundo inteiro são circuncidados, independentemente de suas convicções religiosas. Hoje em dia, o fator de integração e conformidade com a aparência física supera as crenças religiosas. Contabilizamos mais de 900 milhões de circuncidados no mundo, número que pode passar de um bilhão, se considerarmos a evolução do islamismo nas regiões sub-africanas e no Ocidente. Atualmente, as zonas de extensão da circuncisão são a Europa e os Estados Unidos. Por razões de higiene, a circuncisão ganha terreno, sobretudo, em meio laico.

Embora os historiadores tenham se limitado a conjeturas, sabemos que essa prática - como outras intervenções e marcas corporais - antecede todas as invenções da humanidade e até mesmo o monoteísmo. A Bíblia relata que na época de Abraão a circuncisão já era conhecida e praticada às margens do rio Jordão e na Samaria.

Desde o princípio, essa prática inscreveu-se no registro do simbólico: "E a aliança que eu faço com vocês e com seus futuros descendentes, e que vocês devem observar, é a seguinte: circuncidem todos os homens. Circuncidem a carne do prepúcio. Este será o sinal da aliança entre mim e vocês. Quando completarem oito dias, todos os meninos de cada geração serão circuncidados; também os escravos nascidos em casa ou comprados de estrangeiros, que não sejam da raça de vocês" (Gênesis, XVII, 10-11).
Com exceção dos hieróglifos, estamos diante do texto mais antigo que trata de uma prática ligada ao órgão genital de mais de um bilhão de homens no mundo. Desde tempos remotos, ela envolveu inúmeros povos da Arábia-Iêmen, Etiópia-Sudão-Egito e Mesopotâmia, que estiveram entre os maiores inovadores de ritos sociais.
Heródoto confirma a antiguidade do costume: "[...] Os colquidianos, os egípcios e os etíopes são os únicos povos que sempre praticaram a circuncisão. Os fenícios e os sírios da Palestina reconhecem nesse hábito a influência dos egípcios; os sírios que vivem nos vales do Termodon declaram que esse costume foi introduzido em sua comunidade há pouco tempo pelos colquidianos". E o grande historiador de Halicarnasso conclui: "Egípcios e etíopes, eu não saberia dizer qual dos dois povos foi o primeiro a praticá-lo, pois trata-se de um costume muito antigo" (Histórias, II, 104).

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

"Li e Gostei"


Livro Vivendo Sem Máscaras
Autor:Charles Swindoll

Editora Betânia
O problema é que por trás de nossas máscaras, da imagem que procuramos projetar, sentimo-nos solitários, efetivamente distanciados e isolados das pessoas a quem mais amamos e cuja aceitação e perdão são tão importantes para nós.

Neste livro, Charles Swindoll, também autor de Eu, Um Servo? e de Firme Seus Valores, trata de uma das mais marcantes necessidades de nossa época: a de termos relacionamentos abertos, sinceros e significativos.

Páginas: 224

Formato: 13,5 x 21,0 cm.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Quem foi Maimônides? (Judaísmo)



Quem foi Maimônides?




Rabi Mochê ben-Maimon é tido como o maior codificador da Lei Oral judaica, além haver sido, em sua época, um dos maiores médicos que a humanidade já logrou ter, bem como um dos maiores filósofos. Sua principal obra em questões de Torá - o grande livro "Michnê Torá" fôra compilado diretamente do texto talmúdico de forma sistemática, evitando as dificuldades que são comuns ao estudante da Lei Oral diretamente da fonte, no Talmud. Fôra o único a escrever um livro que abrangesse toda a Torá, incluindo leis concernentes ao serviço diário no Miqdach (Templo), ou demais leis que não são vigentes no tempo em que o Miqdach ainda não se encontra reconstruído.

Nascido em Córdoba, no sul da Espanha, em meados do séc. XI, o grande Maimônides foi e é até hoje o símbolo do judaísmo sefardita, considerado como o "pai dos anussim", pois fôra o primeiro a escrever responsas e livros que servisse de ajuda para os que se encontravam em nosso estado em sua época.

Conspicuamente fiel ao texto talmúdico, como é imprescindível e consentâneo que seja sábio após o desterro no qual foi nosso povo esparso pelos quatro cantos do mundo, ele escreve: "…tudo o que está no [próprio corpo do] Talmud Babilônio, é obrigado todo judeu a cumprir, e obriga-se a toda cidade e região a fazer de acordo com todos os "minhagôt" (costumes promulgados pelo tribunal de Torá) decretados pelos Sábios do Talmud, e a agir conforme todas as "guezerôt" (decretos proibitivos) e "taqanôt" (decretos positivos) que por eles foram decretadas."

Sua fidelidade ao texto talmúdico, conforme ordenado pelos sábios que o selaram (Rabiná e Rav Achê), influenciou grandes figuras do rabinato sefaradita mesmo após vários séculos. Quando certo sábio da idade média quiz afirmar que "nessas últimas gerações pode-se aceitar como lei tudo o que for dito por todo rabino de toda época, pois a "halakhá"deve ser promulgada de acordo com os últimos, diz Rabi Al-Achqar: "…não sei até que geração de que últimos ele se refere, pois os "últimos" sobre os quais alude o Talmud, são os últimos do próprio Talmud, e se de acordo com suas palavras, até que ponto se estender??…"

Nestas últimas gerações, nas quais o judaísmo empeça a tomar rumos abstrusos e cada grupo étnico ou ideológico busca apresentar novas idéias e novas formas de encarar a Torá, Maimônides nos deixou um livro no qual tudo se encontra conciso e simples, ao alcance de todos e vigente para todas as épocas, contendo regras de legislação que fazem com que o mesmo seja atual mesmo nas épocas ainda futuras em relação não somente à dele, senão mesmo à nossa, levando-nos de volta às fontes da Torá, cumprindo-a como ela realmente é, sem mudanças e sem deixar-nos levar por nossas próprias tendências ideológicas.

Sendo discípulo direto dos gueonim da Babilônia, possuía toda a tradição direta de suas mãos, que a trouxeram diretamente de seus antecessores, os amoraím (últimos Sábios do Talmud), sendo suas fontes as mais fidedignas com respeito às dúvidas que possam recair-se sobre textos talmúdicos ou mesmo significados de termos sobre os quais discutem longamente demais rabinos europeus de sua época que, caso tivessem acesso à tradição gaônica, não teriam porque divergir em suas opiniões diversificadas. O meio em que viviam, porém, era antagônico ao califados maometanos, e por imposição dos governos cristãos, perderam o contato com os grandes sábios babilônicos, sob ameaça de serem tidos como traidores, agindo em prol da conquista islâmica da Europa. 

terça-feira, 16 de agosto de 2011

TREZE ATRIBUTOS DA MISERICÓRDIA (Judaísmo)


Seguem-se os Treze Atributos e uma breve explicação sobre cada um:

O Eterno – este Nome denota o atributo Divino da Misericórdia e
milagres feitos por Ele para anular até mesmo as leis da natureza
por Ele criado. Seu Nome aparece duas vezes nos atributos. Na
primeira significa que D'us tem piedade dos pecados do homem, apesar de Ele saber que a pessoa cometerá atos indignos no futuro.

O Eterno – a segunda menção de Seu Nome denota que mesmo que alguém tenha pecado, D'us misericordiosamente aceita seu arrependimento.

El (D'us) – este Nome denota o infinito poder do perdão Divino. Nele está implícito um grau de misericórdia que ultrapassa o indicado pelo Nome de Seu primeiro e segundo atributos.

Rachum (Compassivo) – D'us alivia o castigo dos culpados e ajuda as pessoas a evitar situações penosas.

Ve-Chanun (e Gracioso) – D'us é gracioso mesmo com os que não o
merecem.

Erech Apayim (Tardio em irar-se) – D'us é paciente com os justos e
com os iníquos. Ao invés de logo punir os pecadores, Ele lhes dá
tempo para se recuperarem e se arrependerem.

Ve-Rav Chessed (e Magnânimo em Sua Bondade) – D'us é bondoso mesmo com os que não têm o mérito de praticar o bem. E se o comportamento de alguém se equilibra entre a virtude e o pecado,D'us inclina a balança do julgamento para o lado do bem.

Ve-Emet (e Verdadeiro) – A verdade é o próprio Selo Divino. D'us
jamais volta atrás em Suas palavras de recompensar os que o merecem.

Notzer Chessed Le-alafim (Preservador da Bondade para milhares de gerações) – D'us preserva as boas ações das pessoas em benefício de seus descendentes. É por isso que constantemente invocamos os
méritos dos patriarcas do povo judeu: Abrahão, Itzhak e Jacob.

Avon (Iniqüidade) – Esta é uma das três categorias de pecado e se
refere a um pecado intencional, perdoado por D'us se houver
arrependimento sincero.

Va-Pesha (Pecado Rebelde) – Este é o tipo mais sério de pecado,
cometido com a intenção de causar a Ira Divina. Mesmo uma
transgressão tão séria é perdoada quando há arrependimento.

Ve-Hatê (e Erro) – Este é o pecado cometido pela apatia e pela
insensibilidade, também perdoado por D'us, mediante o arrependimento.

Ve-Nakê (Aquele que purifica) – Quando alguém se arrepende, D'us
purifica o seu pecado, fazendo desaparecer o efeito do mesmo.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

HADAGÁ PESSACH (Cultura Judaica)



Preparando para Pessach

Na noite anterior ao primeiro Seder Pessach, imediatamente após o pôr do sol (após a oração de Arvit), realiza-se a busca do Chamets (pão ou produtos fermentados) nos lares, em todos os locais onde porventura tenha sido introduzido chamets durante o ano . Chamets é todo o cereal das cinco espécies- trigo, cevada, centeio, aveia e trigo sarreceno - ou de seus derivados. que entrou em contato com água, iniciando, assim, o processo de fermentação.
Caso o Sêder seja sábado à noite, a vistoria deve ser feita na quinta-feira à noite.
As donas-de-casa costumam esconder nos diferentes cantos da casa dez pedacinhos de pão embrulhados em papel, de maneira que o esposo os encontre durante a busca. Isto é para que a bênção não seja pronunciada em vão.
Ele é procurado com uma vela em todos os quartos e dependências da casa. Antes de realizar tal busca, recitamos a seguinte bênção:
BARUCH ATA ADON'I ELOHENU MELECH HAOLAM ASHER KIDESHANU BEMITSVOTAV VETSIVANU AL BIUR CHAMETS.
Bendito sejas Tu, ó Eterno, Rei do Universo, que nos santificaste com Teus mandamentos e nos ordenaste a queima do Chamets.
Imediatamente após esse ato devemos desconsiderar o Chamets. O essencial nessa atitude é a nossa firme decisão de considerar todo o fermento que possuímos, mesmo sem tê-lo visto, como algo inteiramente destituído de valor, inútil, comparado ao pó. Nossos sábios ordenaram posteriormente que devemos expressar esses pensamentos pronunciando a oração Kal Chamirá ("Todo o fermento..." etc.).
KAL Chamirá DEIKÁ BIRSHUTI DELA CHAZITEH UDELÁ BIARTEH LIBTIL VELEHVE KEAFRÁ DEARÁ. (três vezes)
Que todo o Chamets existente nas minhas propriedades, que eu não tenha visto nem queimado, seja desconsiderado e tratado como o pó da terra.
Todo o chamets encontrado durante a vistoria, e o que será consumido na manhã seguinte, deve ser guardado em local alto, fechado e seguro .
Depois de haver desconsiderado o fermento da noite, devemos fazê-lo de novo pela manhã a partir das 10:30. Após queimá-lo, dizemos o seguinte:
KAL CHAMIRÁ DEIKÁ BIRSHUTI DE CHAZITEH UDELÁ CHAZITEH DE BIARTEH UDELÁ BIARTEH LIBTIL VELEHVE KEAFRÁ DEARÁ. (três vezes)
Que todo o Chamets existente nas minhas propriedades, que eu tenha visto ou não, que eu tenha queimado ou não, seja desconsiderado e tratado como o pó da terra.


Eruv Tavshilin

1- É proibido preparar em Yom Tov qualquer coisa para Shabat. Por isso, quando o Yom Tov cai na quinta-feira ou na sexta-feira, não se pode trabalhar ou cozinhar para Shabat, a não ser que se faça Eruv Tavshilin na véspera do Yom Tov.
2- Pegam-se dois tipos de alimentos (exemplo: um ovo cozido e uma Matsá) e recita-se uma oração para que seja permitido preparar numa sexta-feira alimento para o Shabat. A bênção é a seguinte: "Bendito sejas Tu, nosso Eterno D'us, Rei do Universo, que nos santificaste com Teus mandamentos e nos ordenaste fazer o Eruv. Por meio deste Eruv nos seja permitido fazer pão, cozinhar, preparar e esquentar comida, acender velas e fazer em Yom Tov tudo o que for necessário para Shabat".
3- Deve-se conservar o Eruv Tavshilin até sexta-feira à noite, quando é consumido.


Preparação da Mesa

No Seder se prepara a mesa da seguinte forma: Três Matzot são colocadas numa bandeja em cima, estes representam os três grupos de judeus: os Cohanim, Leviim e Israel.
Ao lado dessas matsot se colocam os seguintes símbolos:


a- ZEROÁ

Pedaço de osso do cordeiro ou ovelha, que se coloca em cima e à direita da bandeja. O osso simboliza o poder com que D'us nos tirou do Egito e o cordeiro nos lembra o cordeiro Pascal, o cordeiro sacrificado no Templo.


b- BETSÁ

Ovo cozido, colocado em cima e à esquerda da bandeja, simboliza uma lembrança do sacrifício que se oferecia em cada festividade.


c- MAROR

Erva amarga, colocada no centro da bandeja, simboliza os sofrimentos suportados pelos escravos judeus no Egito. Usamos a escarola, verdura mais amarga que a alface.


d- CHAROSSET

Mistura de nozes, amêndoas, tâmaras, canela e vinho. Colocada embaixo e à direita da bandeja, representa a argamassa com a qual os judeus trabalhavam na construção das edificações do Faraó.


e- KARPÁS

O salsão, colocado embaixo, à esquerda. Essa verdura, molhada em vinagre ou água salgada, serve para introduzir o sabor do Êxodo. Lembra o hissopo (Ezov), com o qual os israelitas aspergiram um pouco de sangue nos batentes das suas casas, antes da praga dos primogênitos.


f- CHAZERET

Escarola. Coloca-se sob o Maror.
Além disso, colocam-se na mesa:
- Um recipiente com água salgada, na qual se mergulham as verduras.
- Uma taça para cada um dos presentes. O conteúdo mínimo de cada taça é de 86 ml (valor numérico de Kós = copo).


Kadesh

Enche-se a primeira taça de vinho e recita-se o Kidush. Levantamos o copo do Kidush e proclamamos a santidade deste Dia da Libertação!


No sábado, começar com:


Houve a noite e houve a manhã. Era o sexto dia quando o céu e a terra estavam terminados, com todas as suas legiões. No sétimo dia D'us terminou a obra que havia realizado. E absteve-se no sétimo dia de todo o trabalho que havia feito. E abençoou o sétimo dia e fê-lo sagrado, pois nele havia terminado toda a obra de Sua criação.


Nos outros dias da semana começa-se com:


Estas são as festas de D' us, são as convocações que proclamareis no seu tempo.
Com vossa permissão, senhores!
Bendito sejas Tu, ó Eterno, nosso D'us, Rei do Universo, Criador do fruto da vinha.
Bendito sejas Tu, ó Eterno, Rei do Universo! Tu nos chamaste para o Teu serviço dentre os povos e nos ergueste dentre as línguas e consagraste nossas vidas com mandamentos. Em amor Tu nos deste (os sábados para o descanso), festas para alegrar-nos, épocas solenes para celebrarmos, esta festa das Matsot, este dia de santa convocação, a época de nossa libertação, a comemoração da saída do Egito. Tu nos escolheste e nos santificaste dentre todos os povos. (E o sábado e) teus sagrados dias de festa (com amor e boa vontade) com alegria e júbilo nos concedeste. Bendito sejas Tu, ó Eterno, nosso D'us, que santificas (o sábado), Israel e as festas solenes.


Quando o Seder ocorre no sábado à noite, acrescenta-se a seguinte Havdalá:


Bendito sejas Tu, ó Eterno, Rei do Universo, Criador das luzes do fogo, Bendito sejas Tu, ó Eterno, Rei do Universo, que diferencias entre o sagrado e o profano, entre a luz e as trevas, entre Israel e os outros povos, entre o sétimo dia e os seis dias de trabalho.
Tu distinguiste a santidade do sábado da santidade das outras festas; e o dia sétimo, dos seis dias de trabalho. E distinguiste e santificaste ao Teu povo Israel, com a Tua Santidade.
Bendito sejas Tu, ó Eterno, que diferencias entre um sagrado e outro.
Aos sábados e dias úteis continuar aqui.
Bendito sejas Tu, ó Eterno, nosso D'us, Rei do Universo, que nos conservaste em vida, nos amparaste e nos permitiste chegar a esta época festiva.
Todos tomam o primeiro copo de vinho, reclinados.


Echad Mi Yodêa - Quem sabe o que é um? (Canção)


Quem sabe o que é Um? Um, eu sei; Um é nosso D'us nos Céus e na Terra.
Quem sabe o que são duas? Duas eu sei; duas são as Pedras da Lei. Um é nosso D'us nos Céus e na Terra.
Quem sabe o que são três? Três eu sei; três são os patriarcas, duas são as Pedras da Lei. Um é nosso D'us nos Céus e na Terra.
Quem sabe o que são quatro? Quatro eu sei; quatro são as matriarcas, três são patriarcas, duas são as Pedras da Lei, Um é nosso D'us nos Céus e na Terra.
Quem sabe o que são cinco? Cinco eu sei; cinco são os livros da Torá, quatro são as matriarcas, três são os patriarcas, duas são as Pedras da Lei, Um é nosso D'us nos Céus e na Terra.
Quem sabe o que são seis? Seis eu sei; seis são os tomos da mishná, cinco são os livros da Torá, quatro são as matriarcas, três são os patriarcas, duas são as Pedras da Lei. Um é nosso D'us nos Céus e na Terra.
Quem sabe o que são sete? Sete eu sei; sete são os dias da semana, seis são os tomos da mishná, cinco são os livros da Torá, quatro são as matriarcas, três são os patriarcas, duas são as Pedras da Lei, Um é nosso D'us nos Céus e na Terra.
Quem sabe o que são oito? Oito eu sei; oito são os dias até o pacto da circuncisão, sete são os dias da semana, seis são os tomos da mishná, cinco são os livros da Torá, quatro são as matriarcas, três são os patriarcas, duas são as Pedras da Lei, Um é nosso D'us nos Céus e na Terra.
Quem sabe o que são nove? Nove eu sei; são os meses da gestação, oito são os dias até o pacto da circuncisão, sete são os dias da semana, seis os tomos da mishná, cinco são os livros da Torá, quatro são as matriarcas, três são os patriarcas, duas são as Pedras da Lei, Um é nosso D'us nos Céus e na Terra.
Quem sabe o que são dez? Dez eu sei; dez são as locuções do Decálogo, nove são os meses da gestação, oito são os dias até o pacto da circuncisão, sete são os dias da semana, seis são os tomos da mishná, cinco são os livros da Torá, quatro são as matriarcas, três são os patriarcas, duas são as Pedras da Lei, Um é nosso D'us nos Céus e na Terra.
Quem sabe o que são onze? Onze eu sei; onze são as estrelas (do sonho de Yossef), dez são as locuções do Decálogo, nove são os meses da gestação, oito são os dias até o pacto da circuncisão, sete são os dias da semana, seis são os tomos da mishná, cinco são os livros da Torá, quatro são as matriarcas, três são os patriarcas, duas são as Pedras da Lei, Um é nosso D'us nos Céus e na Terra.
Quem sabe o que são doze? Doze eu sei; doze são as tribos, onze são as estrelas (do sonho de Yossef), dez são as locuções do Decálogo, nove são os meses da gestação, oito são os dias até o pacto da circuncisão, sete são os dias da semana, seis são os tomos da mishná, cinco são os livros da Torá, quatro são as matriarcas, três são os patriarcas, duas são as Pedras da Lei, Um é nosso D'us nos Céus e na Terra.
Quem sabe o que são treze? Treze eu sei; treze são os atributos de D'us, doze são as tribos, onze são as estrelas (do sonho de Yossef), dez são as locuções do Decálogo, nove são os meses da gestação, oito são os dias até o pacto da circuncisão, sete são os dias da semana, seis são os tomos da mishná, cinco são os livros da Torá, quatro são as matriarcas, três são os patriarcas, duas são as Pedras da Lei, Um é nosso D'us nos Céus e na Terra.



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

DEUSES NA BÍBLIA (PARTE FINAL)





Moloque ou Moleque: da raiz Malak,"ser ou tornar-se rei ou rainha,reinar" significa "rei".(Lv 18:21;I Rs 11:7;II Rs 23:10;Jr 32:35).Também era conhecido com o nome Milcon pelos amonitas e fenicios aquem alguns Israelitas sacrificaram seus filhos no vale de Hinom.Segundo  alguns historiadores Moloque era uma divindade  construída  de bronze com as mãos abertas em forma de concha,e oca por dentro.No seu interior os sacerdotes  colocam lenha e ateavam fogo e quando a estátua estava incandescente eles,nos rituais apregoavam a necessidade de sacrifícios humanos.


Nebo: proveniente do acádico,Nabu significa "chamar,anunciar".Nome de um ídolo babilônico que presidia o saber e as obras literárias.
A sede do seu culto era Brosipa,perto de Babilônia.Na época de Isaías se venerava as estátuas de Nebo.(Is 46:1)  


Nergal: Divindade Babilônica do sol.A sede do seu culto era  cidade de Cuta.Senhor das regiões infernais e deus da guerra e das epidemias.(II Rs 18:4)


Neustã:serpente de metal adorada pelos israelitas,(Nm 21:9;II Rs 18:4)


Nibaz: deus dos heveus (II Rs 17:31)


Nisroque: deus dos Assírios (II Rs 19:37;Is 37:38)


Quium:deus dos Egípcios (Am 5:26;At 7:43)


Rainha dos céus:Melechet.Há Shamaiym,deusa de Patros (Egito)(Jr 7:18;44:17)


Rimon: deus de Damasco (Síria)(II Rs 5:18)


Sucote-Benote: deus da Babilônia (II Rs 17:30)


Tartaque: significa "principe das trevas".Um deus dos Heveus em Samaria(II Rs 17:31)


Terafins ou Ídolos do lar: Terafins (Os 3:4).Estatuetas e deuses domésticos e que não representavam um deidade particular.Eram de diferentes tamanhos (Gn 31:19,30,34;I Sm 19:13), e é provável que foram considerados amuletos de boa sorte,pois eram consultados (Ez 21:21;Zc 10:2).Raquel roubou os terafins de seu pai Labão (Gn 31:19,30,34).









quarta-feira, 10 de agosto de 2011

DEUSES NA BÍBLIA (2° PARTE)









Camos: significa "subjugador ou dominador".Divindade nacional dos Moabitas.O culto a esse deus foi introduzido em Jerusalém por Salomão e abolido pelo rei Josias,de Judá.É identificado com Baal-Peor,Baal-Zebube,Marte e Saturno,(ás vezes aparece Quemos)(Jz 11:24, I Rs 11:7,33;II Rs 23:13).


Dagom: significa "peixe".Um deus filisteu da fertilidade,talves pelo fato do nome proceder de uma raiz primitiva Dagah,como o significado de "multiplicar,aumentar".Era representado com o rosto e com mãos de um homem e a cauda de um peixe.(Sm 5:2-4,Jz 16:23;I Cr 10:10).


Diana: no latim significa "luminosa,luz completa".Nome latino de uma das principais deusas dos Gregos e Romanos,seu nome  grego é Artemis, que segundo a bíblia,a deusa de Éfeso,ou Diana.Na Grécia continental a deusa da natureza,a senhora dos animais era venerada não só nas cidades,mas também e sobretudo na regiões selvagens e montanhas,na Arcádia,em Esparta,na Lacônia.O mais grande dos santuários era em Éfeso,onde o culto de Ártemis-Diana.Era também considerada como a deusa da lua,divindade tutelar dos campos,dos bosques,e de todos os fenômenos vitais que se supunham influenciados pela lua(At 19:27,34,35).


Mercúrio: do latim significa " mercadoria,comerciar".Divindade mitológica dos Romanos equivalente ao Hermes Grego(At 14:12).Era o mensageiro e interprete dos deuses.Segundo Junito Brandão:"A grande tarefa de Hermes...consistia em ser interprete da vontade dos deuses".Ele estava sobre tudo ao serviço de Jupiter (Zeus),a quem acompanhava.A mitologia lhe atribui grande agilidade e eloquência e o considerava como inventor das letras,das musicas e de outras artes.Os habitantes de Listra consideravam a Paulo e Barnabé  como deuses pelo fato deles haverem curado o homem aleijado,"paralitico desde o nascimento".Como Paulo era o que falava eles o chamavam de Mercúrio e a Barnabé de Jupiter (At 14:12).


Merodaque: significa "senhor dos deuses ou vossa rebelião".Divindade principal ou patronal da Babilônia na época de Nabucodonosor.(Jr 50:2)


Milcon: significa "rei".Um deus dos Amonitas e Fenícios a quem alguns Israelitas sacrificaram seus filhos no vale de Hinom.( I Rs 11:5,33; II Rs 23:13;Sf 1:5).








segunda-feira, 8 de agosto de 2011

DEUSES NA BÍBLIA (1° PARTE)


DEUSES NA BÍBLIA

A bíblia registra várias divindades no Antigo testamento adorada por povos estrangeiros,ou seja não hebreu.Povos como os Assírios,os Babilônios e os Egípicios tinham cada um deles,seu Panteão de deuses.
Alguns povos influenciaram o culto religioso Hebreu como:Cananeus,Amonitas,Moabitas e etc...
Já no Novo Testamento temos a presença de outros povos igualmente politeístas como:Gregos e os Romanos que cultuavam diversas divindades mitólogicas.
A adoração era tão forte que confundiram Paulo com Mercúrio e Barnabé com Jupiter,deuses da mitologia romana(At.14:8-13)
confira os nomes desses deuses:

Adrameleque: significa "Adar é rei".Um deus de Safarvaim,na mesopotâmia ( 2Rs 17:31).

Anameleque: significa "imagem do rei".Um deus de Safarvaim,na mesopotâmia ( 2Rs 17:31).

Asima:significa "culpabilidade ou eu tornarei desolado".Um deus de Hamate (Síria) 2 Rs 17:30.

Astarote,Astarte ou Asterote: significa "estrela ou "Ashar" significa "ser ou torna-se rico" ou "riqueza".Deusa falsa da religião cananita geralmente associada a fertilidade.Era adorada pelos Sidônios.( Jz 2:13, 10:6, ISm 7:4,31:10,I Rs 11:5,33, II Rs 23:13).

Baal:significa "senhor,proprietário,marido.Deus supremo dos fenícios e dos cananeus.Foi adorado pelos hebreus,apóstatas,principalmente na época do rei Acabe e sua mulher Jezabel,sacerdotisa de Baal.
(I Rs 18:21,II Rs 17:16,Jr 7:9,19:5,32:35).

Baalins: plural de Baal.(Jz 2:11,3:7,10:6,I Rs 18:18,II Cr 28:2).

Baal-Berite:significa "senhor da aliança".Um deus dos filisteus.(Jz 8:33,9:46).

Baal-Zebube:significa "senhor das moscas".Um deus dos filisteus adorado em Ecrom,cidade dos Filisteus IIRs 1:2,16)

Bel: forma contracta de Baal significa "senhor".Segundo outros Bel ( em acádio Belu,relacionado com Ba`al "senhor"),finalmente identificado com Marduk,é a principal  divindade Babilônica (Jr 51:44).
Era um deus solar,a cujos os raios se atribuía a renovação da natureza na primavera,a época em que se celebravam a suas festas (Jr 50:2).

Bezerro de ouro:Réplica do Boi àpis,divindade egípicia.Foi construido por Aarão e adorado pelos Hebreus enquanto Moisés estava no monte Sinai.Posteriormente foi adorado pelas tribos do Norte na época de Jeroboão I,quando da divisão do reino após a morte de Salomão.(II Cr 11,Êx 32:8,Dt 9:16,Ne 9:18,Sl 106:19,At 7:40.41)





sexta-feira, 5 de agosto de 2011

"Lendo e Gostando"









Inicia-se com Gênesis (Hebraico Bereshit, que significa princípío), e pode ser resumido de certa forma, em como se deu a criação do mundo e todas as coisas por Deus. E que o homem tem em essência algo de divino semelhante a Deus, por isto não deve se comportar igual os animais e por isto deve buscar a evolução através da compreensão de todas as coisas. No meio, vem descrevendo as várias gerações até chegarem nos patriarcas da religião judaica, Abrahão, Isaac e Jacob, a reconsideração divina (sobre a destruição da Terra) devido aos méritos morais de poucos homens, e a felicidade de Deus em gerar vários descendentes destes grandes homens para de certa forma triunfarem e serem responsáveis por servir de norte para toda a humanidade em todas as áreas (Religiosa, Comercial, Moral, Legislativa, Ciências, etc..). Por fim, demonstra as doze tribos dos filhos de Jacob, que irão gerar os descendentes do povo judeu (hebreu), e as especialidades de cada tribo (comerciantes, guerreiros, religiosos, estudiosos, etc..) conforme a vontade de Deus.Finaliza-se narrando a morte de José, filho de Jacob, ambos líderes do povo judaico.

O Segundo Livro é o Exodo (Grego, saída) e pode ser resumido de certa forma, como o início do reforço da identidade judaica dos hebreus (judeus), ainda no Egito (cerca de 5.000 anos atrás). Narra o nascimento de Moisés que foi vendido pelos irmãos que tinham inveja dele devido aos seus sonhos proféticos. Foi criado por uma Egípcia sem contudo esquecer-se de sua identidade judaica e de seus objetivos. Devido a grande inteligência e o caráter evidente de profecia (que sempre se concretizavam), tornou-se conselheiro pressoal do Faraó. Deus transforma Moisés em seu interlocutor direto com os Judeus, e dá instruções sobre a festa de Páscoa (Pêssach) e o início do calendário judaico de caráter perpétuo entre os judeus. É passada a lembrança do dia do sábado (Shabat), e os mandamentos. Existem outras mais detalhadas, como a construção do tabernáculo, da arca da aliança, das roupas dos sacerdotes. Em resumo do resumo contém toda a vida dos judeus sob a liderança de Moisés no deserto. Termina com a descrição de uma sociedade judaica mais organizada e definida e vários mandamentos que são respeitados até a atualidade.

O Terceiro Livro é o Levitício (Vayicrá, e chamou em hebraico) Pode ser de certa forma resumido como sendo considerado o Livro dos sacerdotes, ou seja, contém várias instruções, para as tribos judaicas responsáveis pelos serviços religiosos, sacrifícios de animais, ofertas de agradecimento. Contém vários preceitos regligiosos judaicos, não só para os judeus encarregados dos serviços religiosos, mas todos os judeus em sentido amplo. Demonstra que os judeus precisam doar o melhor de si (de suas posses e de seu interior) para Deus em primeiro lugar.Contém as sete calamidades ou castigos divinos caso os judeus violarem o pacto feito por Deus com os patriarcas devido aos seus méritos morais. Contém algumas Leis sobre dízimo, caridade (tsedaca) para que as doações e ajudas não sejam feitas por hipocrisia, nem para humilhar os pobres, entre outras recomendações. Contém vários preceitos judaicos, assim como todos os outros livros.

O quarto Livro é Números (Cumash Hapecudim, Livro dos Sensos em Hebraico). Inicia-se com a contagem de todos integrantes das tribos judaicas unidas, conforme seus pais e ancestrais. Pode ser resumido de certa forma da maneira como se passaram vários anos no deserto (Exodo) pelo povo judeu liderado por Moisés.Conta o começo da insatisfação do povojudeu, que estava vacilando em acreditar que realmente Moisés tinha atributos divinos ou que era mesmo para ser líder do povo judeu. Mostra o início da marcha efetiva para a posse da terra prometida por Deus, e o desafio dos povos que não deixava os israelitas passar nem mesmo pacificamente e os vários acampamentos até chegar terra prometida e as primeiras guerras. É feito um novo censo. Moisés revela novas Leis Penais reveladas por Deus e Leis de Sucessões entre descendentes e as heranças. 

O quinto Livro, é o Deuteronômio, (Devarim, significa Palavras em hebraico). Pode ser considerada de certa forma como uma espécie de resumo de tudo que ocorreu. Muitos atribuem a outros, já que a escrita é feita depois da morte de Moisés (pela forma como está escrita). Inicia-se como "Estas são as palavras que falou Moisés a todo Israel, de além do Jordão...". Prescreve como os Israelitas (judeus) devem habitar a terra prometida, após vencerem e conquistarem a terra. Termina dizendo que nenhum profeta como Moisés irá se levantar devido aos sinais enviados por Deus ao Egito, a mão forte como guiou os israelitas e tudo que fez por Israel.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Quem são os filhos de Deus e as filhas dos homens? (Gn 6:2)




Noé foi um grande Evangelista de sua época,existe muita polêmica em torno do dilúvio,se foi parcial ou tomou toda a face da terra,os grandes teólogos tentam beber do poço da conjectura tentando descobrir o que realmente aconteceu.
Mais uma questão é levantada no mesmo capítulo de Gênesis (6:2),quem são esses filhos de Deus e as filhas dos homens?
Existem 3 hipóteses:


1°-Que os filhos de Deus seriam anjos caídos (demônios) que tiveram relações sexuais com as filhas do homem (mulheres -ser humano),mais essa teoria foi demolida pelo próprio Jesus que disse que os anjos são assexuados,ou seja não possuem sexo (Mt 22:30).


2°-Que os filhos de Deus seriam Homens Poderosos da época que fizeram os primeiros haréns e mantinham relações sexuais com varias mulheres.


3°-Que os filhos de Deus seriam da genealogia de Sete (Filho de Adão),e as filhas dos homens seriam da genealogia de Caim,essa hipótese foi concebida porque em Gênesis destaca muito as duas genealogias,os teólogos sugerem que Deus queria preservar a genealogia de Sete,que aparentemente foi misturada com a genealogia de Caim. 

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

ISRAEL,JUDÉIA OU PALESTINA? (2° Parte Final)




A região localizada em torno de Jerusalém, onde se estabeleceram os judeus ao voltar do exílio, foi nomeada Yehudah — traduzido por Iudaia nos Setenta —, por referência ao antigo reino de Judá. No fim do período persa, entre 360 e 331, as moedas de prata emitidas pelo governo da província da Judéia trazem a legenda YHD, Yehud na escrita aramaica antiga[3]. Na época selêucida, a Judéia designa o território habitado pelo ethnos tôn Iudaiôna nação dos judeus. Após a expansão do território hasmoneu, a palavra Judéia toma também sentido amplo, incluindo além da Judéia propriamente dita outras regiões, em especial a Samaria e a Galiléia. Essa segunda acepção é testemunhada, por exemplo, por Estrabão: “O país do interior, situado além da costa fenícia, até a fronteira da Arábia, entre Gaza e o Anti-Líbano, chama-se Judéia” (Geografia, XVI, 2,21). O termo designa então o conjunto das regiões habitadas majoritariamente pelos judeus. Na nomenclatura oficial da administração romana, essa acepção ampla será retida para designar a província romana da Judéia. Plínio e Flávio Josefo[4] utilizam a palavra em suas duas acepções. Contudo, na Mishnah, a Judéia, tomada no sentido estrito do termo, constitui com a Transjordânia e a Galiléia um conjunto tripartido mencionado com freqüência[5].
Quando Ezequiel anuncia o retorno dos exilados ao país de seus pais, chama esse país “terra de Israel”. Ali, o povo e seu Deus serão reunidos[6]. Assim, em sua acepção territorial, Israel não se opõe mais a Judá como o reino do norte ao reino do sul. No decorrer de sua história, o nome conserva em geral essa conotação particular — uma terra dada por Deus a seu povo — e se opõe ao país do exílio ou ao das nações estrangeiras. Gravando sobre suas moedas o termo “Israel” e não “Judéia”, os rebelados da primeira e da segunda guerras judaicas fazem mais que declarar a independência de seu território; escolhendo esse termo, afirmam-se como herdeiros da terra ancestral e sagrada. Conforme a regra de que “todo mandamento que é dependente do país só pode se aplicar no país” (Qiddushin, 1,9), quando a Mishnah pergunta sobre os limites no interior dos quais se aplicam as prescrições do Levítico referentes ao ano sabático(Sheviit, 6,1), ou as dos Números sobre o imposto sobre a pasta do pão (Halla,4,8), a Mishnah estabelece que só se aplicam na ‘Erets Israel. No entanto é preciso compreender que se trata aqui de um território de fronteiras sem relação com nenhuma realidade histórica. Enquanto essa designação é atestada com muita freqüência nos escritos rabínicos, é significativo constatar que o termo “Palestina”, ao contrário, raramente é encontrado.
Esses três nomes atestam que o território habitado pelos judeus, mas constituído de regiões tão díspares como a Judéia propriamente dita, a faixa costeira, a Galiléia e a Peréia, foi percebido como formando um conjunto próprio, distinto não só dos países vizinhos mas também das comunidades judaicas da diáspora. É, portanto, suscetível ser um dos referentes sobre os quais se funda o sentimento de pertença a uma mesma comunidade. Contudo, esses três nomes remetem a três percepções muito diferentes de uma mesma realidade. “Palestina” é o nome dado pelos estrangeiros à comunidade judaica. Embora consagrado pela tradição historiográfica — que opõe correntemente o judaísmopalestino ao da diáspora —, não dá conta da relação da comunidade judaica com seu território durante o período do segundo Templo. Tratando-se de uma pesquisa sobre a identidade judaica, essa primeira designação está, por assim dizer, fora do jogo. “Judéia” é empregado tanto na linguagem corrente como na nomenclatura oficial, em hebraico e também em aramaico, em grego e em latim. Sem dúvida, o termo é ambíguo, na medida em que é utilizado tanto em sentido restrito como amplo. Ao menos é empregado tanto pelos próprios judeus como pela administração romana. Quanto a “Israel”, trata-se de uma denominação própria dos judeus, não utilizada pelos estrangeiros. Por oposição ao país das nações, Israel designa a terra onde o povo mantém relações privilegiadas com seu Deus. Longe de ser equivalentes, esses dois termos implicam, cada um, uma visão judaica específica do território judaico: mais política e administrativa no caso da Judéia, mais simbólica no caso de Israel.


[1] Sobre o conjunto dos nomes dados à Palestina: Abel 1933, I, pp. 3 10-332. Sobre a oposição entre “Judéia” e “Palestina”: Feldman 1990, pp. 1-23. A moeda de Naplusa: Rosenberger, III, 1977, p. 6. A moeda da Judéia cativa: Rappaport 1984, p. 51, gravura IV,6. A tetradracma da segunda guerra judaica: Mildenberg 1984, pp. 123-125.
[2] Segundo Flávio Josefo, Antiguidades, VIII, 262; Contra Ápio, 1, 168 ss., esses sírios da Palestina são exatamente os judeus: ver Stern 1976 (onde se encontrará um comentário magistral de todos os outros textos gregos e romanos aqui citados), I, pp. 2-4. a IV, 6.
[3] Sobre essa cunhagem de moeda da província de Judéia: Mildenberg 1979, pp.183-196.
[4] Plinio, História naturalis, V,70; Flávio Josefo, Guerra, III, 5 1-55 (a Judéia propriamente dita); III, 143, 409 (a Judéia em sentido amplo).
[5] Assim Mishnali, Cheviit, 9, 2; Ketubbot, 13, 9; Babba Batra, 3, 2.
[6] ‘Erets Israel. Sobre uma análise semântica do vocabulário da “terra” (‘admat Israel e‘erets Israel) em Ezequiel, ver Keller 1975, pp.481-490.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

ISRAEL,JUDÉIA OU PALESTINA? (1° Parte)







Disparidades regionais e flutuações históricas que exprimem em particular a multiplicidade dos nomes dados a esse território polimorfo, quer seja descrito do exterior por observadores como Heródoto, por geógrafos como Estrabão, por naturalistas como Plínio, o Velho, quer designado do interior por uma administração estrangeira — lágida, selêucida ou romana — ou pelos próprios judeus, o uso corrente, assim como a nomenclatura oficial, apresenta uma diversidade desconcertante.
De todas essas denominações, reterei apenas três, que atestam as legendas de três moedas. A primeira é um grande bronze posto em circulação em Naplusa, em 159-160. Na frente, o busto de Antonino, o Piedoso; no verso, um templo no cimo do monte Garizim, acompanhado da legenda grega Neapoleôs Syrias Palaistinês. A segunda moeda é um sestércio de bronze, datado de 71, com o busto de Vespasiano na frente; no verso, uma palmeira, ladeada pelo imperador à esquerda e por uma mulher judia cativa à direita, está rodeada pela legenda: Judaea capta. A terceira é uma tetradracma da segunda guerra judaica. Na frente, a fachada tetrastilo do Templo de Jerusalém; no verso, olulav e o etrog, que fazem referência à festa de Sukkot, estão circundados pela legenda, em escrita paleo-hebraica: “Ano 1 da redenção de Israel”. Três moedas, portanto três denominações diferentes: Palestina, Judéia, Israel[1].
Literalmente, Palaistinê é o nome grego que designa o país dos filisteus. Em um comentário sobre a tábua dos povos de Génesis 10, que enumera as diversas regiões do mundo ocupadas pelos filhos de Noé, Flávio Josefo diz que Filistinos, um dos descendentes de Cam, é o único que se instalou em um país que leva o nome de seu fundador: “Com efeito”, escreve, “os gregos chamamPalestina à parte que lhe coube” (Antiguidades, 1, 136). Já no testemunho de Heródoto (Histórias, VII, 89), Palestina é o nome dado à parte da Síria onde habitam os fenícios, e a toda a costa até o Egito. Igualmente, o geógrafo Pompônio Mela (Chorographia I, 11, 63) e Plinio, o Velho (História natural, V, 69), designam assim a faixa costeira que se estende da Fenícia ao Egito. Mas tomado em uma segunda acepção, igualmente atestado por Heródoto, o termo estende-se a toda a região que está atrás, e então compreende o conjunto da Síria meridional: “Os fenícios e os sírios da Palestina reconhecem, eles próprios, ter aprendido dos egípcios o costume da circuncisão” (Histórias, II, 104, 3)[2].Aristóteles admira-se com as fábulas que contam sobre um lago da Palestina onde flutuam na superficie todos os corpos de homens ou animais que nele são mergulhados, e que é tão salgado que nenhum peixe pode viver ali(Meteorológicos II, 359 a). A região habitada por “uma parte não desprezível da nação muito populosa ágida, dos judeus”, e muito especialmente pelos essênios, é chamada “Síria Palestina” por Filon de Alexandria (Probus, 75). Mas só depois de 135 o nome oficial da província romana da Judéia será substituído por “Síria Palestina” ou ‘Palestina”. Esse nome, que não é atestado nem nos Setenta nem na literatura apocaliptica judaica nem no Novo Testamento, só raramente é encontrado nos escritos rabínicos.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

"Vale apena Adquirir" - HISTÓRIA DOS HEBREUS (Flávio Josefo)


HISTÓRIA DOS HEBREUS (Flávio Josefo)


Em História dos Hebreus o autor escreve com detalhes os grandes movimentos históricos judaicos e romanos. Qualquer estudante da Bíblia terá em Flávio Josefo descrições minuciosas de personagens do Novo Testamento (Evangelhos e Atos), tais como: Pilatos, os Agripas, os Herodes e inúmeros outros pormenores do mundo greco-romano, tornando esta obra, depois da Bíblia, a maior fonte de informação sobre o povo Judeu.
Título
História dos Hebreus
ISBN
8526306413
Páginas
1568
Tipo de capa
ENCAD. C/ SOBRECAPA
Editora
Cpad
Idioma
Português